Há 161 anos, nascia Charlotte Perkins Gilman, autora de um clássico da Literatura Feminista
Quem já passou pela Esc. sabe que é leitura feminista fundamental este texto, desta mulher que nasceu exatos 23 anos antes de Franz Kafka e também bagunçou a literatura do século XIX com suas ideias nada convencionais pra época.
Se a loucura se dá no discurso sobre o louco, ela se inverte no momento em que a personagem principal deste conto lapidar na literatura feminista escreve um diário sobre a loucura com uma acidez lúcida e uma lucidez ácida, emulando a ingenuidade de uma mulher sem aspas para citar já que nenhuma de suas referências literárias havia empunhado a caneta desta forma antes.
Nossos parabéns hoje vão pra Charlotte, essa pintora de cartões postais, professora, artista e escritora feminista que, se a ciência permitisse, faria 161 anos hoje. A literatura, que sempre dá jeito de fazer as pessoas viverem pra além do seu tempo, sabe que este texto continua vivinho e é das coisas mais importantes já publicadas. Aliás, se Charlotte estivesse viva, logo estaria de máscara e cartaz na mão pronta pra ir pra rua gritar Fora Bolsonaro.
Serviço:
O papel de parede amarelo [2016]
Editora José Olympio
Prefácio de Marcia Tiburi
112 páginas
O conto foi publicado originalmente em 1890.